sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

O Diabo do Rio, Patricia Briggs [Opinião]




Título Original: River Marked
Autoria: Patricia Briggs
Editora: Saída de Emergencia
Nº. Páginas: 251
Tradução: Manuel Alberto Vieira


Sinopse:

A mecânica Mercy Thompson sempre soube que havia algo de diferente em si, e não era apenas a sua paixão por carros. Mercy é uma metamorfa, um talento que herdou do seu falecido pai. Mas a jovem também consegue ver fantasmas, tornando-a parte de uma espécie ainda mais rara, os caminhantes. E se nunca antes recebera a visita do fantasma do seu pai, tudo vai mudar na sua lua-de-mel com Adam, um lobo Alfa.
Entretanto, algo terrível esconde-se nas profundezas do rio Columbia, causando vítimas inocentes. Quando Mercy conhece finalmente outros caminhantes, terá que aceitar a sua herança paterna e exorcizar o mundo da lenda conhecida como o Diabo do Rio… Qual será o preço a pagar? A sua vida? A de Adam? Ou o seu casamento?


Opinião:

Nem mesmo uma ocasião especial, como o casamento, ou o fruto, o tempo a sós que daí pode advir, é, por vezes, motivo firme o suficiente para afastar todos os sarilhos, todos os problemas e perigosos presentes na vida de Mercy. E mesmo quando o que esta mais deseja é desfrutar de uma boa dose de amor e companheirismo com o seu lobo favorito, um mal astuto e malicioso é o que encontra, nas profundezas de um rio de aparência serena...

O Diabo do Rio não é como os anteriores volumes desta colecção. O Diabo do Rio trata-se de um livro muito próprio, com uma personalidade forte e onde, no seu interior, se encontram informações preciosas que vão de encontro a pequenas partes misteriosas – para o leitor – do passado e das raízes desta protagonista sem igual. Assim, é com grande entusiasmo que se folheia este romance paranormal, com a certeza de que Mercy não mais será uma estranha para si própria, e de que muitas revelações e momentos de tensão estarão à sua espera num futuro demasiado próximo.
Patricia Briggs é, pura e simplesmente, fabulosa. Poucos são os adjectivos capazes de descrever o quão magnífica, arrebatadora e envolvente é a escrita desta autora, assim como a inteligência presente e perspicaz que se esconde por trás de cada instante narrativo, de cada passo, de cada intento.

Adoptando uma perspectiva ligeiramente diferente, para mim, este foi um enredo que se iniciou de forma bela e harmoniosa, passando por uma fase de maior suspense e risco, e terminando precisamente da melhor maneira possível, muito ao estilo pessoal da escritora. E foram esses momentos no começo da história, desde as gargalhadas provenientes de uma festa surpresa – mas planeada! –, ao amor sentido entre as duas personagens principais desta trama – Mercy e Adam –, aqueles de que mais gostei e que maior impacto tiverem em mim, enquanto leitora. Em consequência desse conhecimento mutuo e dessa vontade de privacidade entre os protagonistas, originou-se um desenrolar algo lento e cadenciado da acção, mas que rapidamente se viu acompanhado de muitas surpresas e descobertas, o que, por sua vez, não só criou um ritmo muito particular na ocorrência de eventos, como estabeleceu um renovado e mais estreito laço entre personagens e leitor.

É sempre bom e interessante conhecer novos rostos, novas visões e intelectos, e este livro proporciona exactamente isso, introduzindo uma série de entidades de extrema importância e que, na sua essência, detém uma ligação muito pessoal com o passado e origens de Mercy. Contudo, por vezes sente-se a falta da familiaridade que os anteriores volumes da série trouxeram consigo, visto o cenário deste título centrar-se, maioritariamente, numa reserva remota e desabitada daquelas figuras emblemáticas que o leitor veio a acarinhar.
Como seria de esperar, a escrita de Briggs mantém-se cativante e ao mesmo nível, em termos de qualidade, a que habitou os seus leitores, no entanto, e quanto a mim, a direcção da história em si, o povo em que se centra, as lendas e os mistérios que alberga, assim como a criatura que desenvolve, não foram suficientemente fortes e apelativos para despertar a minha total atenção. Continuo a adorar Patricia Briggs e penso que esta saga – e autora – é das melhores que se encontram a ser publicadas actualmente, e das melhores que li, até hoje, dentro da fantasia urbana, com um leque de personagens e uma protagonista altamente brilhantes e recomendáveis, mas, pessoalmente, esta não foi uma leitura muito fácil no que diz respeito ao tema escolhido.

Sim, foi curioso descobrir alguns factos, até então desconhecidos, sobre Mercy, assim como presenciar algumas das suas reacções a situações totalmente inesperadas e novas para si. Sim, foi agradável «mudar de ares» e sentir o quão importante Mercy é para Adam e até que ponto estão os dois dispostos a ir um pelo outro. Porém, sim, também foi uma leitura algo sofrida porque embora tenha sido interessante, a parte ameríndia de Mercy e o tema «índios» no geral nunca foi assunto que me tivesse verdadeiramente deixado na expectativa de.
Ainda assim, este é um livro certamente indispensável na série e que tanto vem responder a algumas questões como deixar outras tantas em aberto. Uma aposta eximia por parte da Saída de Emergência, numa autora e série que muitas alegrias me deram. Aguardo, ansiosamente, a publicação do próximo volume.

3 comentários:

Clarinda disse...

Ainda não tenho este.
Deixaste-me muito,muito curiosa!

Pedacinho Literário disse...

Fico contente, Clarinda. =) Espero que o possas ler muito em breve! Beijinho*

Rita disse...

Olá Patrícia. :)

Gosto mesmo muito desta série e já há algum tempo que estou com vontade de ler este volume. Depois de ler a tua opinião, ainda fiquei com a curiosidade mais espicaçada. Tenho de o tentar adquirir num futuro próximo. :)

Beijinhos e boas leituras*

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