segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A Loja dos Suicídios, Jean Teulé





Título Original: Le magasin des suicides
Autoria: Jean Teulé
Editora: Guerra e Paz
Coleccção: Tempos Modernos
Nº. Páginas: 160
Tradução: Susana Serrao


Sinopse:

“É uma lojinha onde nunca entra um raio de Sol”. Imagine um negócio de família que envolve a venda de todos os ingredientes possíveis para a prática do suicídio, nas suas mais diversas formas. Corda, pistolas, facas, venenos e toda uma panóplia de produtos mortíferos. São cinco as personagens que compõem esta família atípica que gere a loja há várias gerações: os pais, profissionais, comerciantes; o filho primogénito, deprimido crónico mas extremamente criativo no seu domínio; a irmã, exemplo típico da adolescente inadaptada; e finalmente o irmão mais novo, verdadeiro grão de areia na engrenagem deste comercio lúgubre: é que ele se atreve a sorrir e a ser... optimista. Com uma ambiência digna de um filme de Tim Burton, A Loja dos Suicídios é uma comédia negra futurista que invoca o grande adversário da família Tuvache e do seu sinistro empreendimento: a alegria de viver.


 Opinião:

Antes de iniciar a leitura de O Homem Pintado, e após ler diversas críticas acerca deste pequeno e humorístico livro, decidi dar-lhe uma oportunidade e presentear-me com uma leitura leve antes de tamanho monstro literário. Devo dizer que, embora as imensas e altas expectativas com que iniciei esta história, não saí imensamente desiludida mas... o livro também não conseguiu alcançar o que eu esperava.

A ideia é magnifica e muito divertida. De uma família de cinco elementos, quatro encaram a morte com tamanha naturalidade que chegam a transformá-la em algo agradável enquanto que um quinto elemento, o filho mais novo, de perspectiva completamente contrária às crenças e negócio da família, vê a morte como algo supérfluo e como tal tenta sempre encontrar (e encontra mesmo) o lado bonito e optimista das coisas. Contudo, e apesar de ser um livro humorístico, senti que algumas das referências e situações eram um bocado forçadas. Mantive sempre um sorriso traquina nos lábios mas contava com algo diferente, mais arrojado, mais excêntrico. Outro aspecto negativo são as descrições, penso que em algumas partes o autor se perde por entre palavras, acabando por desenvolver algo que aparentemente não faz grande sentido. Também neste campo, senti que ao longo do livro o autor se foi retendo nas palavras, optando por um tipo de escrita mais dirigido a guiões que propriamente literário. Ainda assim, é um livro descontraído e óptimo para ler entre leituras. O final é algo inesperado, apesar de inicialmente, já na situação, se prever o pior, quando surge a frase final é sempre um choque. Eu, pelo menos, fiquei boquiaberta. 

sábado, 26 de dezembro de 2009

Prazer da Noite, Sherrilyn Kenyon






Título Original: Night Pleasures
Autoria: Sherrilyn Kenyon
Editora: Chá das Cinco
Nº. Páginas: 301
Tradução: Rita Guerra


Sinopse:

“Querida leitora,
Alguma vez quis saber como era ser imortal? Viajar pela noite caçando os vampiros que perseguem os humanos? Ter riqueza e força ilimitadas? Essa é a minha vida e é escura e perigosa. Sou herói de milhares, mas ninguém me conhece. E adoro todos os minutos. Pelo menos era o que eu pensava até que, certa noite, acordei algemado ao meu pior pesadelo: uma mulher conservadora, de camisa apertada de cima a baixo. Ou, no caso de Amanda, abotoada até ao queixo. É inteligente, sensual, espirituosa e não quer ter nada a ver com o paranormal, por outras palavras, comigo. A minha atracção por Amanda Devereaux vai contra tudo aquilo que represento. Já para não dizer que, da última vez que me apaixonei, isso me custou não só a minha vida humana como a minha alma. Ainda assim, sempre que olho para ela, dou por mim a desejar tentar de novo. A desejar acreditar que o amor e a lealdade existem. Ainda mais perturbador, dou por mim a perguntar se haverá alguma forma de uma mulher como Amanda amar um homem cujas cicatrizes da guerra são profundas, e cujo coração foi ferido por uma traição tão selvagem que não sei se voltará a bater de novo.

Kyrian da Trácia


Opinião:

Depois da publicação de “Amante de Sonho”, o primeiro volume desta fantástica série de Predadores da Noite, e de “Acheron” que, apesar de ser o décimo quinto volume foi ainda assim publicado pela Casa das Letras, surge no mercado “Prazer da Noite”, um livro apaixonante que vem retratar os receios e dissabores de Kyrian da Trácia, guerreiro e príncipe da Grécia Antiga.

Confesso ter gostado mais de “Amante de Sonho” que deste segundo volume, talvez por se tratar de uma réplica em termos de modo de escrita e situações encontradas ou, quem sabe, apenas por ser uma outra forma de retratar o universo vampírico que, actualmente, tem vindo cada vez mais a fazer peso nas livrarias e estantes caseiras. Não quero com isto dizer que achei o livro mau ou que não fez de todo o meu género, não, isso seria estar a mentir... De facto, “Prazer da Noite” trás consigo uma das personagens mais emblemáticas e provocadoramente cativantes da saga de Sherrilyn Kenyon. Kyrian Hunter é o homem perfeito, embora vampiro e sem alma, e o seu feitio difícil e indeciso transformam-no num elemento extraordinariamente especial e único neste livro. Simplesmente magnífico.
Em termos de narrativa, fiquei bastante satisfeita em descobrir um pouco mais acerca deste mundo elaborado pela autora e que tão facilmente encanta o leitor – vampiros, predadores, demónios, guerreiros e deuses... Sem dúvida uma obra a não perder para todo o amante de romance paranormal com diversas pitadas de sensualidade e erotismo. Uma leitura leve e extremamente agradável, totalmente viciante!
Um livro que recomendo pela sua simplicidade e fantasia.


P.S. – Embora algo tardio, desejo a todos a continuação de umas excelentes férias (para quem for o caso disso), espero que o Natal tenha sido delicioso e que o próximo ano vos encha de coisas boas!!! 

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ghostgirl - A Rapariga Invisível, Tonya Hurley






Título Original: Ghostgirl
Autoria: Tonya Hurley
Editora: Contraponto
Nº. Páginas: 335
Tradução: Rosa Amorim


Sinopse:

Quando a popularidade é uma questão de vida ou de morte

“Eu era apenas mais uma pessoa no mundo, mas o meu sonho era ser o mundo de uma pessoa.”

Charlotte Usher sente-se praticamente invisível na escola, até que um dia fica mesmo. Pior ainda, descobre que está morta... e tudo por causa de um rapaz e de um urso de goma. No entanto, a morte não impede Charlotte de seguir com os seus planos. Bem pelo contrário! Torna-se mais criativa e capaz de fazer qualquer coisa para atingir os seus objectivos: ser popular e conquistar Damen, o rapaz por quem se apaixonou.


Opinião:

Após tanto tempo ausente lá consegui encontrar um buraquinho no meu horário para vir aqui. E que contente fiquei ao descobrir que, ainda para mais, tinha selinhos!! Obrigado a todos. x)

Hoje venho falar de Ghostgirl, o último livro que li. Confesso que fui logo atraída pela capa e pelo fantástico trabalho gráfico que incluíram neste livro. Maravilhoso! Quanto à história... Posso dizer que apesar de abordar um tema com uma premissa bastante comum “rapariga invisível apaixona-se por rapaz popular”, Tonya Hurley conseguiu trazer algo de inovador e humorístico a toda a narrativa, além de que o fim acaba por ser ligeiramente diferente do que aquilo que inicialmente se está à espera.
Gostei particularmente da personagem principal, Charlotte, uma rapariga normal que morre engasgada com uma goma (quão mais peculiar podia ser?) e que daí a adiante se vê confrontada com um universo totalmente novo e desconhecido, mundo esse que demora a aceitar por ainda se encontrar fortemente ligada à vida. Porém, o que mais me deliciou em todo o livro, ainda mais que o aspecto gráfico e a história em si, foram os pequenos textos presentes no início de cada capítulo. Achei fantástica a forma como a autora consegue resumir o essencial da história em meia dúzia de textos soltos e que, ao mesmo tempo, conseguem ser tão acertados e tão orientados para a vida comum dos seus leitores. Por diversas vezes me vi estupefacta a pensar o quão vital e inesperadamente semelhante aquelas palavras se interligavam à minha personalidade e às minhas experiências de vida. Simplesmente magnífico!

É um livro que recomendo, dirigido a todas as idades, principalmente porque nos faz pensar naquilo que é verdadeiramente importante e no factor tempo que a nossa estada aqui pode suportar. Deixo ainda dois dos textos que mais gostei.


Não podes ter tudo.
 O amor é demasiado poderoso para poder ser escondido por muito tempo. Nega-o e sofrerás as consequências. Reconhece-o e sofrerás as consequências. Revelá-lo pode ser embaraçante ou libertador. Cabe aos outros decidir qual dos dois será. 

Eu amo-te, mas não estou apaixonada por ti.
 Esta distinção é falsa. É, aliás, bastante enganosa, se pensarmos bem. O amor é o amor. O que realmente se quer dizer com “estar apaixonado”é obsessão, vício, paixão, mas não amor. Estar apaixonado é mais uma declaração das necessidades e dos desejos do que uma tentativa de satisfazer o outro. Em contrapartida, o amor verdadeiro é uma ponte entre duas pessoas. Charlotte precisara da maior parte da sua vida, e de toda a sua pós-vida, para chegar a esta conclusão.”
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